terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Viagem Espacial


Deixámos, Maria, João e eu, a nossa humilde casinha nos montes e pusemo-nos a caminho da estação central. Estávamos atrasados para o comboio com destino para Bolonha, pois a Maria não conseguira levantar o dinheiro para pagar a renda da casa. Visto que tínhamos de pagar dia 1, quarta feira, convinha que já tivessemos pago tudo e assim podíamos desfrutar da nova cidade. Comprámos os bilhetes e corremos para o comboio. É claro que, já lá dentro, esperámos uns 20 minutos para a partida... O meu stress não foi recompensado.
A viagem durou umas maníacas 3horas porque devemos ter parado em quase todas as estações.
O meu mais recente hábito facial que a Maria tenta imitar. (obrigado antónio!)
O João fartou-se de me ouvir falar e atrofiar e tentava dormir e a maria (às vezes) acompanhava-me nas minhas gargalhadas desprovidas de sentido. O raio do Luís quando veio para Milão no mesmo comboio não demorou tanto tempo como nós!
Chegámos a Bolonha, mais concretamente à estação (obviamente), e tratamos de arquitectar um plano mágico: perdermo-nos sem querer. Seguimos mal as direcções que o Luís nos tinha dado e fomos dar a mair volta ao mundo em 80 dias. É claro que o Luís, preocupado com a nossa sobrevivência, nos ia ligando e perguntando onde estávamos. A Maria deixou-se cair na estrada e nós pensámos "temos de continuar" e por isso deixámo-la para trás para ser recolhida por um camião do lixo. O que não aconteceu.
No fim encontrámos a casa e sem saber o andar, subimos até ao terceiro onde nos parecia que estava a haver uma festa com guitarradas. Com alguma relutância NÃO tocámos à campainha e deixámo-nos ficar sentados nos degraus do prédio com as mochilas às costas. A perfeita imagem de qualquer coisa. Enfim, como desatámos a chorar por estarmos perdidos, alguém nos levou para o devido andar e consguimos finalmente entrar na casa de erasmus. Era uma casona. A entrada era, exageradamente falando, do tamanho da nossa casa inteira em Milão. Bloody Hell of Darkness. Tinha (e tem, porque ainda estou em Bolonha) 4 quartos, duas casas de banho, uma cozinha enorme e um oasis perdido no meio do deserto. Perfect. Mas também tem os seus defeitos: não tem água quente ainda. Ou seja, banho frio no riacho de água corrente numa gelada manhã de um rigoroso inverno (há quem goste).
Ontem, depois de conhecermos os amigos e housemates do Luís (de quem simpatizámos muito) e depois de um merecido jantar DEPOIS de quase 6 horas sem comer, fomos dar uma volta por Bolonha. Era de noite e os arredores da casa estavam desertos mas acabámos por encontrar uma data de gente (a maioria portuguesa) e uns bares. A vida nocturna cá acaba muito cedo também. Quando soaram as 3h da manhã o bar para onde nós tinhamos ido tratou de mandar toda a gente embora. Abriram-se as luzes e desceu-se a pesada cortina. Mesmo assim fomos para casa com uma agradável sensação de que tinhamos vivido qualquer coisa da experiência de Erasmus.

One side note descobri que só começo as aulas dia 20! Ou seja...mais tempo para viagens!

Também quero agradecer as sinceras opiniões que me ajudaram melhor a decidir o meu futuro cá. Se tudo correr bem a mudança irá ocorrer.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Decisão Fatal

Enfiado numa grande sala da minha faculdade, onde estou agora a usar o pc, sinto alguma fome. Já me começo a habituar visto que em casa ninguém parece saber cozinhar e eu estou sempre no centro da cidade de qualquer maneira. Por acaso ainda não me cansei de pizza o que é bom!
Como estava eu a dizer, estou em NABA, e a primeira impressão que tenho é que isto é de facto muito bom e moderno. Acho que de um ponto de vista de aprendizagem, esta faculdade poderá ser melhor que Brera. Pelo menos falo quanto ao meu curso que se dirige mais para a área de multimédia. Pode-se dizer que por enquanto, estou satisfeito.
Para tratar das coisas de Erasmus tive de passar primeiro por uma secretária um bocado tonha. Mandou-me esperar um bocado e quando a espera se tornou numa vida de 30 anos resolvi perguntar (em inglês :S) quanto tempo é que precisava de esperar para ser atendido. Acto contínuo, ela pegou no telefone e toca a discar o número! Pediu-me que fosse em frente e virasse à destra. Já devia ter reclamado mais cedo! Quando cheguei à secção Erasmus, estava outra miúda a ser atendida. Uma tal que chegou depois de mim e que parecia ter sido tirada de uma qualquer manga japonesa. Muito grande, cabelo verde e preto muito volumoso, com tatuagens de diamantes e meninas inocentes com facas, e baton encarnado vivo. Claro que fiquei um bocado irritado. Parecia que tinha voltado a Portugal e teria que esperar 23 anos sempre que quisesse ser atendido. De qualquer maneira, a Alexandra (a assistente de Erasmus) foi muito simpática e compreensiva comigo. Mas quando lhe contei que vivia na Viale Sarca que fica quase a uma hora da faculdade ela disse que isso era um problema, pois se tivesse aulas de noite teria que atravessar a cidade toda de transportes e não sei se isso seria um bocado perigoso (hoje quando vim para a faculdade demorei mais de uma hora…). A Alexandra chamou uns italianos que estavam à procura de um roomate e apresentou-nos e disse para eu falar com os meus actuais companheiros de casa. A casa destes tais italianos (um rapaz e uma rapariga) fica a 7m da faculdade ao lado da estação de metro Romolo e custa apenas 300 euros com tudo incluído. Você decide!
Prima:
1- Para que Martim aceite morar na nova casa e aprenda mais italiano, mesmo que seja mais caro.
2- Para que Martim continue onde está, demore uma hora até à faculdade, mas ficando com os seus amigos portugueses e pagando muito pouco.
Espero as vossas opiniões.

(Como agora não tenho net em casa, vou ter que actualizar o blog na faculdade. De vez em quando terá que ser um dia depois de as coisas acontecerem).

O Museu que jogava futebol - O Post Atrasado


Nota: Este post é de dia 28. Fiquei sem net como vão perceber no final desta história.
Hoje deixei-me dormir como boa lagartixa ao sol que sou. O despertador tocou uma sinfonia qualquer que agora não me lembro e ordenou que nos levantássemos. Só o Luís obedeceu. Depois de se arranjar minimamente pôs-se a andar desta espelunca. De acordo com a lenda o rapaz foi ao Castelo e conseguindo ultrapassar as suas muralhas, pode vislumbrar o bonito jardim que se estende por detrás destas.
Enquanto isso eu estava a levantar-me como boa preguiça no ramo que sou. Tomei banho. Este é sempre um processo que me traz um misto de prazer e desconforto. A água ora fica quente ou fria, como lhe der na cabeça. O que poderá ser bem irritante, pois de um bom banhinho de água morna na mais luxuosa banheira do hotel Ritz, passamos de vez em vez para um duche de água fria no chuveiro do balneário.
Saímos de casa, Maria, João e eu, deixando o Diogo e Rita molengar nos seus sétimos sonhos. Fomos à Pinacoteca de Brera. Mas antes disso comi um gelado óptimo com oferta de uma pequena bolacha crocante. Menta e Cookies foram os sabores que pedi (será que estou a pormenorizar de mais as minhas histórias?). Ainda não tinha falado disto mas os gelados em Itália são muito bons. Já não me lembrava de que Itália era conhecida pelos seus gelados (é não é?). De qualquer maneira, o Luís tinha-me informado que neste fim-de-semana a entrada ao museu era gratuita e por isso, fazendo justiça à nossa gente portuguesa, decidimos aproveitar a borla (mesmo que não fossemos fanáticos por arte sacra…). Gostei da exposição no geral, mas mais particularmente da parte final onde pudemos ver arte mais recente e mais realista, representando cenas do quotidiano e paisagens bucólicas.
Deixámos o museu/faculdade do João, Maria e Rita, e declarámos guerra à fome! Partimos em busca de um restaurante simpático e barato o que não se revelou tarefa fácil. Nunca encontrámos esse restaurante lendário. Almoçámos num que nos roubou na coca-cola (3 euros, divididos por mim e pelo João) e no pão (porque não o recusámos?!). Comi uma lasanha que era de certeza daquelas que vêm já feitas do supermercado e pagámos com a fome ainda a remoer-nos o estômago. O João tratou disso e comeu um gelado que odiou (também quem é que pede banana com pistáchio?!) e a Maria comprou numa banca ambulante uma espécie de torta de maçã folhada, o que fez uma bela conta diga-se de passagem e rapidamente. Depois de a Maria desatar aos berros a dizer-me para eu me meter na minha vida e não me preocupar com os seus gastos, fomos alegremente ao Duomo onde fui à Missa. Saí de lá passado uns 30 minutos pois tinha de me despedir do Luís e também porque não percebi patavina do italiano. Há tantos bancos no duomo que se toda a gente quisesse poderia se sentar no seu individualmente, e estou a falar daqueles bancos enormes com 5 lugares! Acho que nunca tinha assistido a uma Missa numa Igreja tão grande e majestosa, ou se calhar já sou eu que não me lembro... Saí de lá meio aluado e não consegui me despedir do Luís! Ao que parece ele já estava a caminho de Bolonha ainda não tinha eu saído do metro. De qualquer maneira agradeceu-me como good friend que é. E isso é o que interessa. Moral da História: Se tens pepinos em casa deita-os no lixo, pois mais vale um pepino na mão que metade de um a voar pela janela. :)
Voltei ao Duomo e encontrei os amigos do João e Maria no MacDonalds, onde a Maria tentava pela 142ª vez, fazer as suas necessidades (estou à espera de uma morte lenta quando ela ler esta parte, mas não tenho nada a perder).
Ao que parecia, tinha-se combinado ir ver o jogo Inter Milão vs. Milão com um amigo do Diogo, o Filippo. Fomos de metro ter com ele, pensando que o jogo era por lá, encontrámos o tal Filippo e tivemos de voltar outra vez para o metro, para agora sair na estação Lotto, onde fica o estádio de futebol. Comemos no MacDonalds, visto que ficava mais barato (já não aguento mais Mac) e fomos para uma casa feita “centro sociale” onde estavam uns amigos do Filippo a ver o jogo projectado numa parede.
A fumarada que estava naquela sala era motivo para se dizer “Mama Mia que fumarada!” *com sotaque italiano*. Quando os meus olhos ardentes se habituaram ao fumo lá me sentei bem escondido no fundo da sala e assisti ao jogo. O Inter perdeu e a indignação aconteceu amigavelmente. Fomos embora mas ainda apanhámos uma enchente de pessoas vindas do estádio. Um belo oceano de gente. Preferi o das motas. Mais silenciosas, acho eu. Ou talvez mais condescendentes.
Chegámos a casa e encontrámos o estendal fora da porta e tudo arrumadinho lá dentro. Pensámos que uns ladrões tivessem entrado em casa e desatado a arrumar as nossas coisas com grande perícia. Mas depois pensámos que essa situação não era muito provável de acontecer. Afinal era só uma pequena partida da Rita e Diogo. Rimos. Mas chorámos quando percebemos que não tínhamos mais internet do vizinho. Há umas noites eles fizeram um montes de downloads e viram muitos vídeos do youtube e deve ter sido por isso que o vizinho descobriu que andávamos a usar a net dele. Eu bem avisei mas ninguém quis escutar as minhas sábias palavras. Que a maldição da múmia caia sobre eles que bem merecem…

sábado, 27 de setembro de 2008

A Feira das Vaidades


O luis é a terceira pessoa que me disse que falo muito durante a noite. Não é de supreender visto que especialmente esta noite tive um sonho muito nítido e fantástico como sempre (fantástico no sentido de Fantasia e não de maravilhoso,lol). A Maria foi a primeira pessoa cá de casa a gozar comigo pelas minhas palavras sem nexo e frases soltas durante a noite. E ela dorme no quarto ao lado! O João disse-me que falei italiano durante o sono. Sempre vou treinando não é?
Este é um fardo que carrego há já alguns aninhos..
Depois do luis me acordar apanhámos o metro para S. Agostini, onde se estava a realizar uma feira. Depois de alguma hesitação (dêm-me um desconto pois nunca fui eu a comprar os legumes e fruta lá para casa) lá comprei batatas, uvas, ceboulas, bananas, pessegos, etc. Os preços estavam muito baixos pois a feira estava a acabar. Ou seja, à medida que a feira se ia arrastando para o seu final, os vendedores iam baixando os preços para conseguir vender todo o fruto do seu trabalho (que eram as frutas que comprei! ahah. Perceberam a piada? ...desculpem).
Na feira também podíamos encontrar roupa (muito feia) e utensílios para a cozinha e electrónicos. Ao pé de uma banca que vendia bicicletas encontrei uma amiga portuguesa que estava acompanhada de outras conterrâneas. Elas estavam a comprar bicicletas e foi aí que senti um formigueiro na barriga que se pode chamar de inveja saudável. Andar de bicicleta por uma cidade era o que mais gostava. Dá um jeito e eu adoro andar de bike..Depois de alguma conversa, trocámos olhares e números de telemóvel Wind e despedimo-nos com um aceno de mão à princesa diana.


Voltei para casa carregado com as compras e deixei o luis a deambular pela cidade como um zombie. Mais tarde tive uma hora à procura do João e Maria que tinham ido comprar ténis. A Maria meteu na cabeça que quer os ténis da vida dela e que por acaso custam 172 euros. Pais da Maria, se por acaso estão a ler isto façam alguma coisa e impeçam esta matança da poupança alheia. Andei para trás e para a frente sozinho na zona que rodeia o Duomo e o tédio foi-se apoderando de mim. BORING! A irritação cresceu também, pois a Maria resolveu nunca me atender o telefone. Senti-me sozinho no mundo onde ninguém me conhece. Olhei para o céu e amaldiçoei aquelas nuvens que teimavam em não se afastar. E quando eu menos esperava uma voz ouviu-se do céu e disse "Põe-te a andar e pára de olhar". Sentindo algum medo de mim mesmo voltei às minhas andanças sem rumo. Para além disso sentia algumas dores no pescoço. Umas pontadas agoniantes ao andar. Damn it. Com cuidado, desatarrachei a cabeça do corpo e andei com ela debaixo do braço o tempo todo. Consequentemente, o meu pescoço ficou mais leve. O problema foi o sangue que esguichava.

O luis apareceu e fomos aos Aperitivi. Pagámos 7 euros (por este andar vão poder somar tudo o quer gastei) e pudemos comer tudo o que quiséssemos. Neste momento estou um bocado enjoado, por isso acho que podem perceber que comi muito. Mas, para o enjoo, também contribui uma bebida italiana recomendada pelo empregado, que bebi ao "jantar". Desculpem-me os italianos que percebem português e que estão a ler o blog neste momento, mas a bebida era uma bela porcaria. Digo por mim, porque o luis parece ter gostado. Era uma espécie de gin tónico alaranjado. Doce na ponta da língua, amargo no fundo. Parecia xarope.

O tempo em Milão está a mudar rapidamente. Hoje esteve dos dias mais frios que já apanhei. A minha boca começa a precisar de uma mãozinha do baton do cieiro. Eu nunca tenho cieiro por isso as mudanças climatéricas embora não muito visíveis, estão a acontecer. Bolinhas

Estou a pensar em viajar para a semana já que tenho ainda uma semana e tal de férias! Vou ver se trato disso...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

60m + Mascarenhas

Hoje levei os meus pequenos a fazerem o cartão de telemóvel Wind. Tivemos na loja quase 30 minutos pois eu, tendo-me esquecido do pin do meu cartão, perguntei se era possível saber, ali na hora, qual era o código. Fui obrigado a falar ao telemóvel com uma assistente que queria saber o meu nome, cognome e data de nascimento. Claro que, passado uns 5 minutos, tive que repetir a mesma coisa (tudo em italiano!) pois suspeito que ela não percebeu que o meu apelido era Mónica. Enfim lá consegui. Almoçámos num restaurante já nosso conhecido. Depois, fui para a praça do Duomo e não é que me deparo com milhares de fãs histéricas dos Jonas Brothers. Ao que parece, o MTV TRL é produzido mesmo nas galerias do duomo. Tentei que me filmassem para poder dizer que apareci na TV italiana, mas isso não aconteceu. After that shit, parti para a minha faculdade. Santo Pickle. A minha faculdade é de facto longe como um raio! Demorei mais ou menos 20 minutos a lá chegar e encontrava-me eu no Duomo! Ou seja, fazendo as contas, da minha casa à estação central de autobus são 15m. Da estação central a Romolo são 30m. De Romolo à minha faculdade são 10m a pé! Por isso.. 1+1=2, 2+3=5..dá ao todo 55m! Mais com as esperas do autobus dá uma hora!... NOOOOOOoooo *Martim atira-se do degrau*
Cheguei então à faculdade e reparei que: 1- Eu sou realmente cool. 2- O campus da faculdade é um bom pedaço de terra, ou seja, é enorme, 3- Depois de passar o portão da entrada ainda tinha de andar uns 5m até ao edífico de NABA (mais tempo..). Para a próxima tiro fotografias. Aquilo parece-me bem moderno. Na entrada tem o logo enorme de NABA num estilo muito "design gráfico". Quando entrei no tal edífico dei de caras com uma porca com o cabelo curto oxigenado e bem gordinha. "Mau, começa mal..". Dirigi-me ao departamente (que pensei que fosse de Erasmus) e lá disseram-me que a Alexandra (que é a ajudante erasmus) não estava lá. Só lunedi. ENTÂO NÃO ME DISSERAM QUE PODIA VIR HOJE?! Não disse isto em voz alta mas podia ter dito. Vandalizei o departamento como sinal de protesto e deitei fogo nas esquinas (nunca percebi esta expressão. É uma expressão certo? Ou uma música?.. hm..). Olhem, voltei para casa nos meus tão bem conhecidos metro linha verde e autobus 727.
Às 18h30m fui buscar o Luis à estação central. Despistado como ele é, enganou-se a meio do caminho e não saiu onde devia, ou lá o que foi. Por isso, dei-lhe uma pêra na cara que o atordoou e o deixou com um bonito sorriso sem nenhum dente da frente. Irritado comigo gritou-me como uma velha louca nomes enraivecidos que nunca tinha ouvido. Gostei até! Levei-o a um dentista e tratámos de lhe por uma dentadura placa. Agora sim, ele era a verdadeira velha louca.

Luis tirando fotografias a tudo o que era monumento e bonito edifício

Depois deste episódio que nunca aconteceu, resolvemos ir ao Duomo e a outros sítios onde os turistas adoram ir.

Mais à noite fomos beber um copo a um sítio cheio de estudantes e miudas giras! Finalmente! Por uns dias pensei que a casta feminina em Milão se bastasse a umas velhas e umas parolas. "Nem pensar!"- disse a ova de salmão - "sempre fui uma beldade. Se não reparaste em mim é porque não tens olhos!".
(ok, na fotografia só se ve pessoas feias e um vidrão também bastante feio).

Quando a bebida começou a querer brincar ao tão-ba-ba-lão resolvemos ir para casa apanhando os meus velhos amigos transportes. Mostrei a casa ao Luis e aqui estou eu. Deitado na cama a escrever este diário blogástico e maravilhoso com uma dose da magia dos contos de fadas. A vida é uma montanha russa e por isso é que acho que vos devo contar todos os loopings que vou dando.

Fazer um blog?...

... Easy for me!

IKEA - o inferno dos pobres diabos de Erasmus

Hoje acordei. Estava num quarto que não era o meu. "Que raio...onde estou eu?!". Levantei-me e os meus pés tocaram no chão frio de azulejo. Andei ainda meio sonolento e abri a porta do quarto. À minha frente estava, iluminada por um foco, uma cobra com uma maçã na boca que parecia sorrir para mim. "Chi sei?"- disse ela depois de atirar a maçã para o chão. Esta rodou pelo chão até tocar no meu pé esquerdo. Apanhei-a e olhei atentamente para os buracos feitos pelos dentes da cobra. Dentro delas havia uma pequena cidade com pequenos habitantes com pequenos carrinhos. Encolhi os ombros. Era estranho mas não podia fazer nada. Quando olhei para cima a cobra tinha desaparecido e só restava a intensa luz que servia de foco. Dirigi-me para ele e olhei para cima. Não estava à espera de descobrir nada do outro mundo, nem sentia qualquer medo, mas qualquer coisa me atraiu para a luz. De repente, a luz apagou-se e fiquei às escuras, mas ainda tinha os olhos encadeados. The Dark Ending

Hoje passei o dia no IKEA e custou-me um bocado porque simplesmente me custou um bocado. Comprámos almofadas, edredons, móveis baratos, utensílios para a cozinha, tapetes, etc etc. A casa ficou bem mais confortável e acolhedora como a casa dos sete anões DEPOIS da Branca de Neve a arrumar de uma maneira muito foleira (não, não arrumámos a casa a cantar e a dançar. Para já porque não temos animais com emoções humanas para nos ajudar, depois porque não temos a voz dos anos 20 para criar um bom ambiente, e depois porque a casa ainda não está nada limpa). O senhorio, para não quebrar a regra, deve ser um bom aldrabão à moda antiga. Tinha-nos dito que a casa foi limpa por profissionais! Está bem gordurosa. HM HM. *Neste momento estão todos no meu quarto e não se calam com histórias sobre momentos de desespero em que as necessidades fisiológicas sólidas mandam nos nossos corpos. Agora é o João que não se cala. "E quando vi o papel higiénico foi como ver a Nossa Senhora iluminada por uma luz vinda do Céu". What the Hell.

Amanhã o Mascarenhas deve vir a Milão para conhecer esta bela cidade. Dar-lhe-ei dormida e uma pêra (o fruto. Não sei porquê). Depois postarei fotografias e escrevei um relato mais completo. Agora nunca o poderia fazer pois não posso prever o futuro. Não é professor Karamba?

Ida ao IKEA

A casa mais nova!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Vamos lá Vogue

Primeiro que tudo, acho que, para quebrar o hábito de maior parte dos blogues, queria agradecer os comentários que cada um escreveu. Penso que foram bem enfadonhos mas é o que se tem não é meus amigos? Hehe.. Gostei muito do que cada um me disse e acho até que devia criar uma cerimónia virtual para a entrega do Sorriso - uma estatueta também virtual. E porquê este nome perguntam vocês com uma cara interrogativa e um leve encolher de ombros? (ok, não é preciso estarem a fazer na vida real a posição). Eu passarei a explicar: Comentário - Leitura - Sorriso. O mais enigmático dos sorrisos. O sorriso da Mona Lisa. Perceberam? Eu também não. Who cares? Right pig? "Right" - respondeu o Pig entediadamente.

Passando para o que interessa, o meu dia. (Reparem que estou a tentar a todo custo não cair no típico relato fastidioso que toda a gente odeia de morte).
Hoje, acordei bem cedo às 9h30m. Enquanto tudo dormia tomei banho, vesti-me, lavei os dentes, tomei o pequeno almoço e pus um balde de agua em cima da porta como uma inocente partida para quando eles acordassem. heh *lies*
Parti, seguindo as indicações dadas pela Catas, para Greco Pirelli (qualquer coisa do género) apanhando o trem e saindo na última estação onde encontrei a catas encafuada no seu cachecol e mascarada com os seus óculos de sol. Mas tinha um sorriso na cara. Ahh os sorrisos. er.
(Uma coisa buona de sair sozinho de casa numa cidade que não conhecemos é que estamos por nossa conta! Nos melhores dos sentidos. Temos de nos desenrrascar e tentar falar a lingua. Já estou farto de dizer "Dové posso trovare..." Não sei se está bem escrito mi dispiace).
Fui com a catas até à estação de comboios, onde esperámos um longo ano pela chegada do comboio. Segundo a catas, o comboio era muito rápido a chegar. OLHA NÃO ACONTECEU OUVISTE?! O comboio lá chegou e pediu-nos desculpa pelo atraso. Era de dois andares e bem velhote, pareceu-me pelo menos.
6 minutos passaram e saímos numa estação qualquer. Fiz o passe com a ajuda do italiano perfeito da Catas. Tenho muito que aprender ainda, mas a Catas lá me vai dando uma ajuda tendo paciência para as minhas insistentes perguntas sobre palavras e significados italianos. Boa rapariga.
Depois demos um passeio e fartámo-nos de ver coisas. Comi um pao com coisas lá dentro óptimo e vi monumentos e igrejas bellissimas. O calor tava bem agradável como o alívio que o cão sente ao fazer as suas necessidades naquele poste que ele tanto deseja.
Comprei um telemóvel é verdade! Um barato de 49.00 euros e com uma promoção optima. Os primeiro 6 meses são grátis e não tenho de pagar os 3 euros obrigatorios para a activação da promoção. 6 centimos por msg para todas as redes etc. Se quiserem peçam-me o número e eu dou com prazer. Aviso: Se, por algum infeliz acaso, for um desconhecido maníaco não peça o número. Não seria agradável e poderia dar azo a gases.
Despedi-me da Catas e lá segui para casa depois de fazer tantas coisas. I was satisfied. Quando cheguei a casa eles ainda tavam todos a dormir! Acordei-os e lá tomaram banho e fizeram as suas coisas que não interessam nem ao Presidente Bush. Quando foram almoçar eu fiquei em casa a dar um jeito na limpeza e na roupa. O mais maníaco da limpeza. Obrigado Lurdes por me chatear até à morte com as suas demandas em busca da sujidade escondida.
Depois, fomos dar uma volta pela cidade já há tardinha. Comemos numa pizzaria. Já começo a ficar um bocado farto de pizzas. É o maior cliché que encontrei. Em Itália a maior parte dos restaurante são italianos! Em Portugal a maior parte dos restaurantes NÃO são portugueses, ou seja, com comida típica. Ou são? *Martim pensa maliciosamente na hipotese*. Talvez sejam. Shit.
Fui ao bairro da moda. Tem todas as lojas e marcas imagináveis. Mas claro, são as mais caras..
Doce & Cabana


Império Armanivela (*cof*notfunny*cofão*)


Walking down the fashion street.


Pedindo direcções


A praça do Duomo à noite.


Desculpem se uso este casaco vezes de mais mas a t-shirt foi mudada! Não se preocupem com a sobrevivência dos que me rodeiam. São felizes e parecem simpatizar comigo!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

I want to see the world momma pirate - said lil' smith

O Diogo levou-nos a esta fábrica/museu para nos mostrar como eram estampados os tecidos numa época que não sei precisar. Basicamente, pelo que percebi, as estampagens produzem-se da seguinte maneira: molda-se o ferro e criam-se vários desenhos intricados que depois são "colados" a uma laje. Esta é depois posta em cima do tecido durante algum tempo e pronto... aí está o mais belo vestido do mundo.

Eu a fugir de qualquer coisa numa fábrica de estampados.


O metro, que como eu dizia, é bem sombrio e pouco simpático.




Em Milão o que há mais são motas e bicicletas. E há parques específicos para as ditas. Aqui estou eu num deles, no meio de um oceano de motas. Um pirata audaz tem de ter sempre um mar por perto.
A máquina não conseguiu apanhar todas as motas, mas acreditem quando digo que são muitas mesmo.

Inside the Great Duomo




Janelas com Vitrais

A maioria das janelas ilustra cenas da Bíblia e data do século XIX. A mais antiga - a quinta da nave direita - remonta a 1470-75 e ilustra a vida de Cristo, enquanto a mais recente (a sétima) data de 1988.

Um pouco de cultura faz sempre bem não é pessoal??? SIIMM! - disseram eles com alguma alegria.



Por último deixo uma - Recomendação Musical -

Akeboshi - Wind

A Aventura Anormal A Amar A Arte

Consegui mais algumas... Amanhã há mais.

O mais manchinhas


Num pateo do castello


Supostamente pede-se um desejo e tranca-se o cadeado na ponte. How f*cking cheesy.Não, até está gira a ideia!..


À frente da estação com o João


Vou-me deitar!

As duas únicas fotografias que consegui uploadar

Finalmente, com algum do meu conhecimento informático, consegui passar as fotografias da máquina do João para o meu pc. Mais tarde postarei mais meus caros!
Já são 2h da matina aqui e amanha terei que me levantar cedo para ir ter com a catas. Ela vai-me ajudar com algumas coisas básicas, dado que ela vem cá todos os santos anos.

Assustando uma bela desconhecida com o meu choque ao descobrir o quão bello é Milão. (é a Maria..)

Duomo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Second Day - still counting


Primeiro que tudo, tirei umas quantas centenas de fotografia com a máquina de 3ªgeração do joão a tudo o que era merecedor de umas captações visuais eternas (er) e agora ele disse-me que se tinha esquecido do cabo para passar as fotografias para o computador. Bloody idiot right?..
Segundo, hoje, finalmente, depois de um longo dia de passeio pelo centro histórico, quando voltámos a casa (sem pagar bilhete de autobus - O MAIS REBELDE RAUUURR *dies) encontrámos uma loja de ferramentas e utensílios eléctricos! Mais uma vez, não fosse a Rita a berrar-me ao ouvido pela sua descoberta, eu teria passado por ela e nunca a teria visto. Lá entrámos e fomos atendidos por uma simpática velhinha de cabelos grisalhos que nos recebeu com um sorriso daqueles assim bem normais. Comprámos logo 4 adaptadores elétricos à doce idosa do sorriso normal, e ela, simpatizando com as nossas tão belas pessoas, fez-nos um desconto! De 2,30 cada passou para 2 euros cada! O nosso dia não podia ter acabado melhor! Poupámos 1.20 centimos! Sentindo uma felicidade extrema decidimos carregar aos ombros a velhota para que toda a cidade soubesse do feito. Só visto meus amigos. As pessoas aplaudiam e outras até atiravam panfletos de um qualquer partido político como sinal de agrado! Duvido que não façam um feriado neste dia!

Começando agora pelo começo do dia... Acordei muito bem devido aos bondosos lençóis de flanela. Fomos ao centro histórico e fartámo-nos de andar de metro. Este é muito obscuro e pouco amigável. O metro em si, o veículo, parece tirado de algum filme americano. Os bancos são quase todos daqueles colados à parede, na falta de melhor expressão. As pessoas vão sentadas todas umas de frente para as outras e no meio restam as que vão de pé com um ar entediado. Olha catarina, fizeram-me lembrar os metros de Buenos Aires. Um bocado sujos e escuros. Enfim as linhas de metro são enormes, o que dá sempre jeito. De qualquer maneira a nossa rede de transportes parece-me muito mais limpa e bOnita.

Uma coisa que me deixa preocupado é o meu percurso para a faculdade. Não há, nem metro directo nem autobus directo de minha casa para a fac. Isso não tem qualquer gravidade. O problema é que como não estou habituado à cidade e ainda não parlo a lingua com uma perna às costas, não sei bem qual a melhor maneira, e a mais rápida, de chegar à faculdade. Já perguntei num posto de turismo a um velhote que parecia não falar inglês (mas falava notei eu supreendido) e ele desenhou-me umas coisas no mapa um bocado vagas. Oh f*cking well.

Ainda não me sinto bem em casa... é muito branca, muito pequena e o bairro não é grande coisa. Para além disso há certas discussões que podem ser um bocado irritantes... enfim.

Desculpem a desordem de ideias. O Duomo é espectacular. Comi um gelado de chocolate e papaya. O Diogo partiu uma trave da cama ao sentar-se. Fomos a um parque enorme ao estilo de Buenos Aires. As pessoas andam imenso de bicicleta. Fomos ao Castello Sforzesco que é gigante.



Estou agora a ter uma conversa mais séria, por isso vou acabar por aqui. Prometo que quando conseguir ponho mais fotografias da máquina do joão. Saudades para a família e amigos!..

O mais stressado



Depois de torturar o frigorífico ele cedeu e resolveu falar. A sua fonte de alimentação provinha de uma tomada com um pequeno adaptador de electricidade! VIVA O REI MARTIM QUE FINALMENTE DESCOBRIU ALGUMA COISA DE JEITO NESTA CASA! yay.
Tratei de tirar o adaptador da ficha do frigorífico e coloquei-a, no ínicio delicadamente mas depois passando à força, na tomada do meu quarto e Voilá! Aqui estou eu com o computador muito sorridente a ser alimentado. Ele está cada vez mais saciado e cheio :) That's my son..! er

Como prometido passo para o meu relato:

A viagem de avião para Malpensa correu sem grandes problemas e foi rápida como os leitões naqueles jogos em que vários cowboys os tentam apanhar num recinto lamacento. Fiquei ao lado do João e Maria (tal como as duas personagens dos irmãos Grimm, eles também tinham sido abandonados pelo pai lenhador na floresta pois eram chatos como um raio). Depois de muita risada e de muito quebranço de sonolência da minha parte, aterrámos em Malpensa. Da janelinha podia ver que o tempo estava bom e a temperatura bem agradável, hehe, er.
Primeiro problema: quando fomos "pick up" a bagagem conseguimos encontrá-la toda!... menos a minha mala enorme que não veio. Comecei a ficar bem stressado e tive que ir pedir ajuda a um balcão vazio. Passei o balcão e comecei a minha busca por alguém que me ajudasse.. o que não foi díficil. Encontrei uma simpática senhora que teve um ataque cardíaco quando me viu (ela devia estar no dito balcão quando cheguei). Depois de reanimá-la, ela veio ajudar-me a tratar da papelada. Passado 15 minutos quando já estava tudo preenchido a minha mala dignou-se aparecer desfilando na passadeira rolante! Não fosse a Rita a perguntar-me aos berros se o meu pai se chamava António, a mala teria passado sem dizer nem olá nem adeus. Sempre foi um objecto egoísta pouco preocupado com os sentimentos dos seus donos.
Partimos para a caminoneta que nos levou ao centro. Durante a viagem cantámos músicas de radio como bons parolos de Lisboa e lá chegámos ao nosso destino.
Andámos como uns loucos carregados com as bigornas das nossas malas e fomos ao nosso primeiro restaurante à moda italiana: MacDonalds. Eu sei que para primeiro é muito mau, mas não conhecíamos a cidade e a nossa fome já atingia um estado de grande desespero. O empregado gordo brasileiro gostou imenso de nós e ajudou-nos a arrumar as malas num canto qualquer do restaurante (o que foi muito díficil. Tivemos de bloquear a entrada da casa de banho para deficientes).
*O João e Maria não se calam ao meu lado por isso se aparecerem erros ou contradiçõse de ideias sejam compreensivos*
Partimos para um eléctrico e este levou-nos a casa.
Chegámos, esperámos e o senhorio apareceu! Tinha um ar um bocado... mafioso? intruja? vigartista? Era magro, cabelo oleoso e vestido a rigor com um gravata. Mas foi simpático conosco e cumpriu tudo o que estava suposto. Tinha uma pequena fixação pelas esponjas para os móveis não riscarem as paredes. Se houver um risco já sei que teremos de pagar com a nossa vida.
Pagámos uma quantia bonita para a caução.
A Rita não conseguiu levantar dinheiro no dia. Descobrimos que só pode levantar 200 euros por dia. great.
À noite, apesar de eu estar podre, eles quiseram ir a um restaurante qualquer na zona. Fomos a um que vendia pizzas e kebabs :S O aspecto era um bocado medíocre mas o dono era simpático e serviu-nos bem. As pizzas eram optimas e baratas. Um aspecto bem curioso é que a minha vizinhança parece toda muçulmana ou indiana. Será que me mudei para um bairro étnico? À noite ouvi uns canticos que pareciam orações viradas para Meca.lol. shit
Dormi muito bem, graças aos lençóis de flanela. O mais menino.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

1º dia na velha botifarra

Não há forma de carregar o computador nesta casa (as tomadas sao de um formato diferente..) por isso o meu computador caminha lentamente para a morte (ou para um temporário adormecimento).. Mais tarde quando puder escreverei um relato completo.



A chegada.


Eu perdido no meio de umas obras de rua. Felizmente o meu grupo descobriu-me a tempo e não fui levado para um orfanato italiano. Chorei que me fartei.


A entrada da casa.


O meu quarto vazio.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008



História baseada em factos (talvez) verídicos:

"Finalmente chegámos a casa! Depois de 2h30m no avião já só quero descansar a cabeça! heh" - disse eu abrindo a porta com as minhas novas chaves ferrugentas -"Bem, acho que vou dormir uma sesta e depois podemos ir dar uma volta ok? Ah, onde está a minha mala?". A mala obesa e ociosa descansava lá fora em cima do tapete de entrada que dizia "Welcome". Nunca percebi porque não dizia "Benvenuto". Não estávamos em Itália? Talvez fosse uma forma de familiarizar os novos moradores que ainda não manejavam bem a língua italiana. Peguei então nela e fui para o meu quarto que ficava a uns meros 4 passos da entrada. De repente apercebi-me de algo terrível. Deixei cair a mala e o estrondo abafado ecoou pela divisão quase vazia. "Que se passa?" - perguntou-me alguém atrás de mim de quem não reconheci a voz, tal era o meu choque. Com o olhar pesado pelas lágrimas, baixei a cabeça -" não temos nem lençóis, nem almofadas...NOOOOOOOOOooooooooooo!!!" - gritei eu a plenos pulmões. Era o começo de, como eu previra, uma experiência aterradora, onde os pesadelos nocturnos atormentavam as almas mesmo nos dias mais radiosos.


História Real:

Descobri ontem, depois do meu encontro amigável com os meus housemates, que não tenho nem lençõis nem almofadas na casa... É normal? Terei assim de levar de Lisboa os lençóis muito bem dobrados para não ocupar espaço na mala e a almofada compro lá numa loja dos chineses (tenho fé de que estes tenham realmente se instalado nos 4 cantos do mundo)(vamos imaginar que o mundo tem cantos. Acho que conhecem a expressão)...
Enfim, logo verei o que fazer. Quando estiver mais próximo da data de partida.. Apesar de hoje ser..hm.. quinta? Sim, quinta - saberei o que fazer. <--- escrita falada ;)

Recomendação Musical - Só sabes se gostas se experimentares. Just Listen to the Damn Thing!

Eri Nobuchika - Voice

terça-feira, 16 de setembro de 2008

All Aboard!



A mala está feita! Acho que tem tudo o que vou precisar para sobreviver! Talvez não deva levar o papagaio Armando. Afinal, já a minha bisavó pirata dizia: "Não leves animais de estimação nas tuas viagens Arrghhh *o grunhido característico dos piratas*".
Esqueci-me foi da garrafa de Rum para animar a longa viagem que me espera, mas não se preocupem que logo a colocarei no devido lugar. Afinal, é sempre bom partilhar uma boa bebida com a nossa tripulação! Hehe er

Falando mais seriamente, ainda não fiz a mala, nem me apetece fazer. Prefiro ir me despendindo dos meus amigos e família calmamente, que é o mais importante, e SÓ depois, à pressão, realizar a tarefa tão simples que é fazer a mala (já sei que é uma mentira, e a mentira sempre teve as pernas curtas. É por isso que anda sempre tão desajeitada e um pouco manca. Pobre Mentira. Também não teve uma vida fácil. Cresceu sem mãe, que se chamava Verdade Maria, penso eu, e viveu com a sua avó malvada, a Alberta. Bem malvada digo-vos eu).

Falando mais seriamente, acho que ainda não tive bem a noção de que me estou quase a ir embora. Acho que só quando estiver a bordo do avião é que me aperceberei que talvez tenha feito algo seriamente errado. À parte disso, estou ansioso para sair de cá, levando saudades e umas sandes para matar a fome no caminho.

Agora que começo a entrar no mundo dos blogs mágicos é que percebo o cliché enorme disto tudo. Deu-me para escrever o blog para vos ir contando o que passa em Milão e também porque me apetece escrever coisas sem muito sentido mas que dêm que pensar. Não é isso que toda a gente faz quando sai de Portugal ou quando apenas quer desesperadamente contar uma verdade secreta??!! O problema é que eu sou apenas mais um entre a população bloguiana e é por isso que este blog tem quebrar o cliché. E essa será a essência dos meus posts. A essência... *suspiro que se desvanece no céu e se transforma num pássaro que voa até à Conchichina*.

E para acabar deixo aqui, não um What The Hell Moment, mas uma recomendação musical.
Espero que gostem e que fiquem com a música na vossa cabeça até à eternidade dos tempos (o que será segunda feira:)):

Monkey Majik - Fly


Muitos já conhecem, mas para os que não aqui fica a recomendação!

Cumprimentos

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Conselho do dia: Se és um Pirata, parte para terras longínquas



Destino: Milão

Missão: Arrasar (Para os que já me conhecem razoavelmente bem, sabem que isto é logicamente a gozar. Eu não pretendo arrasar terra nenhuma, nem pessoa nenhuma, mas pensei que para a abrir o blog, e o vosso apetite de ávidos leitores devia começar com uma bela piada de maneira a gerar, consequentemente, bonitas e amigáveis risadas)

Falta assim, pelas minhas contas, uma semana para partir e os preparativos ainda não começaram. Mala? Não está feita. Conhecer melhor as pessoas com quem vou viver? Não está completamente feito. Comprar bilhetes de avião? Zero. Er, estava a gozar, já comprei os bilhetes para ir para lá, para voltar para Lisboa, para regressar outra vez para Milão, e mais um bilhete para dar a volta ao mundo, só para o caso de me apetecer. *instrumentos tocam a velha melodia "Uma piada sem qualquer graça"*
Os únicos preparativos foram a compra de roupa bem quente para o grizo que vou apanhar em Milão. Segundo os relatos neva, imaginem! ...

Este blog não servirá de diário de bordo enquanto estiver pelas terras malditas de Itália, mas apenas para ir sossegando as cabecinhas das pessoas que se preocupam comigo e que querem o meu bem. E também para os curiosos, vá la. E para os que sentem saudades de ver o meu rosto (Nota: pronunciar bem o "R" em "rosto").

Enfim, para acabar deixo-vos com um "What The Hell moment" (What the F*ck seria um bocado impressionante para os ouvidos mais impressionaveis, passo a redundância).




Repitam comigo: What the Hell...?!