segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O Museu que jogava futebol - O Post Atrasado
Nota: Este post é de dia 28. Fiquei sem net como vão perceber no final desta história.
Hoje deixei-me dormir como boa lagartixa ao sol que sou. O despertador tocou uma sinfonia qualquer que agora não me lembro e ordenou que nos levantássemos. Só o Luís obedeceu. Depois de se arranjar minimamente pôs-se a andar desta espelunca. De acordo com a lenda o rapaz foi ao Castelo e conseguindo ultrapassar as suas muralhas, pode vislumbrar o bonito jardim que se estende por detrás destas.
Enquanto isso eu estava a levantar-me como boa preguiça no ramo que sou. Tomei banho. Este é sempre um processo que me traz um misto de prazer e desconforto. A água ora fica quente ou fria, como lhe der na cabeça. O que poderá ser bem irritante, pois de um bom banhinho de água morna na mais luxuosa banheira do hotel Ritz, passamos de vez em vez para um duche de água fria no chuveiro do balneário.
Saímos de casa, Maria, João e eu, deixando o Diogo e Rita molengar nos seus sétimos sonhos. Fomos à Pinacoteca de Brera. Mas antes disso comi um gelado óptimo com oferta de uma pequena bolacha crocante. Menta e Cookies foram os sabores que pedi (será que estou a pormenorizar de mais as minhas histórias?). Ainda não tinha falado disto mas os gelados em Itália são muito bons. Já não me lembrava de que Itália era conhecida pelos seus gelados (é não é?). De qualquer maneira, o Luís tinha-me informado que neste fim-de-semana a entrada ao museu era gratuita e por isso, fazendo justiça à nossa gente portuguesa, decidimos aproveitar a borla (mesmo que não fossemos fanáticos por arte sacra…). Gostei da exposição no geral, mas mais particularmente da parte final onde pudemos ver arte mais recente e mais realista, representando cenas do quotidiano e paisagens bucólicas.
Deixámos o museu/faculdade do João, Maria e Rita, e declarámos guerra à fome! Partimos em busca de um restaurante simpático e barato o que não se revelou tarefa fácil. Nunca encontrámos esse restaurante lendário. Almoçámos num que nos roubou na coca-cola (3 euros, divididos por mim e pelo João) e no pão (porque não o recusámos?!). Comi uma lasanha que era de certeza daquelas que vêm já feitas do supermercado e pagámos com a fome ainda a remoer-nos o estômago. O João tratou disso e comeu um gelado que odiou (também quem é que pede banana com pistáchio?!) e a Maria comprou numa banca ambulante uma espécie de torta de maçã folhada, o que fez uma bela conta diga-se de passagem e rapidamente. Depois de a Maria desatar aos berros a dizer-me para eu me meter na minha vida e não me preocupar com os seus gastos, fomos alegremente ao Duomo onde fui à Missa. Saí de lá passado uns 30 minutos pois tinha de me despedir do Luís e também porque não percebi patavina do italiano. Há tantos bancos no duomo que se toda a gente quisesse poderia se sentar no seu individualmente, e estou a falar daqueles bancos enormes com 5 lugares! Acho que nunca tinha assistido a uma Missa numa Igreja tão grande e majestosa, ou se calhar já sou eu que não me lembro... Saí de lá meio aluado e não consegui me despedir do Luís! Ao que parece ele já estava a caminho de Bolonha ainda não tinha eu saído do metro. De qualquer maneira agradeceu-me como good friend que é. E isso é o que interessa. Moral da História: Se tens pepinos em casa deita-os no lixo, pois mais vale um pepino na mão que metade de um a voar pela janela. :)
Voltei ao Duomo e encontrei os amigos do João e Maria no MacDonalds, onde a Maria tentava pela 142ª vez, fazer as suas necessidades (estou à espera de uma morte lenta quando ela ler esta parte, mas não tenho nada a perder).
Ao que parecia, tinha-se combinado ir ver o jogo Inter Milão vs. Milão com um amigo do Diogo, o Filippo. Fomos de metro ter com ele, pensando que o jogo era por lá, encontrámos o tal Filippo e tivemos de voltar outra vez para o metro, para agora sair na estação Lotto, onde fica o estádio de futebol. Comemos no MacDonalds, visto que ficava mais barato (já não aguento mais Mac) e fomos para uma casa feita “centro sociale” onde estavam uns amigos do Filippo a ver o jogo projectado numa parede.
A fumarada que estava naquela sala era motivo para se dizer “Mama Mia que fumarada!” *com sotaque italiano*. Quando os meus olhos ardentes se habituaram ao fumo lá me sentei bem escondido no fundo da sala e assisti ao jogo. O Inter perdeu e a indignação aconteceu amigavelmente. Fomos embora mas ainda apanhámos uma enchente de pessoas vindas do estádio. Um belo oceano de gente. Preferi o das motas. Mais silenciosas, acho eu. Ou talvez mais condescendentes.
Chegámos a casa e encontrámos o estendal fora da porta e tudo arrumadinho lá dentro. Pensámos que uns ladrões tivessem entrado em casa e desatado a arrumar as nossas coisas com grande perícia. Mas depois pensámos que essa situação não era muito provável de acontecer. Afinal era só uma pequena partida da Rita e Diogo. Rimos. Mas chorámos quando percebemos que não tínhamos mais internet do vizinho. Há umas noites eles fizeram um montes de downloads e viram muitos vídeos do youtube e deve ter sido por isso que o vizinho descobriu que andávamos a usar a net dele. Eu bem avisei mas ninguém quis escutar as minhas sábias palavras. Que a maldição da múmia caia sobre eles que bem merecem…
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