sábado, 31 de janeiro de 2009

F.F.F.


O cavaleiro ergueu o escudo no ar para se proteger das flechas que desciam do céu. O seu destino estava marcado.

E pronto. Já sei o que tenho. Bronquite aguda. Esta donzela que vive no meu pulmão esquerdo tira-me do sério mas secretamente quero expulsá-la e esmagá-la contra a parede.
Tive 6h no hospital. 3h30m à espera e o resto em consulta. Fiz bem em levar o livro do Paul Auster "Homem na Escuridão" senão teria morrido de tédio ou então observaria a mulher que arrotava sem vergonhas, o argentino-marroquino que falava alto de mais, o velhote com a canadiana que não se sentava, ou o homem que cantava deitado numa maca.
Tirei sangue pela primeira vez! Disse ao médico que era a minha primeira volta e que estava com um bocado de paura, ao que ele se riu e disse qualquer coisa como "um matulão destes e tem medo de agulhas?". Sim, ele tem razão. Aquilo não doi nada e nem senti. Santas veias salientes... "não doeu nada, pois não?". Não caro médico, não doeu.
Fiz também uma radiografia e durante as esperas falei com uma velhinha sobre Portugal, Itália, médicos e afins. Consegui manter uma conversa em italiano o que foi bom sinal.

Cá em casa bebe tudo caipirinhas e vai tudo sair para a noite. Eu fico por casa... Há finalmente net na casa toda por isso fico deitado na minha cama a pesquisar coisas. Queria ir sair mas não posso arriscar.. para além disso tenho de ir às aulas segunda. É essencial.

Obrigado pais pela preocupação demonstrada durante todo o santo dia. Agradeço a preocupação do joão e da maria que me fizeram alguma companhia por mensagens,lol. E do meu padrinho que tanto estimo! (contente tio? heh)

Mais uma aventura no ospedale com um f.f.f. - final felizmente feliz.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Para começar, não se preocupem (dirijo-me às pessoas que eventualmente se preocupam comigo)

Só o facto de ter começado o ano doente e sozinho já me irritou, mas agora irrita-me ainda mais continuar com outras diferentes maleitas. Estive durante uma semana com uma tosse quase incontrolável que me deve ter dado cabo dos pulmões. Anteontem, quando voltava da faculdade, decidi, por achar que já estava melhor, fazer umas flexões. A partir daí senti uma dor debaixo do braço esquerdo(não exactamente debaixo do braço, mas mais a meio das costelas) que tem aumentado. Será que posso ter partido uma costela por ter feito flexões? Será que posso ter cansado o meu pulmão esquerdo por esforço em demasia? Será que dei um jeito a um musculo? Será que sou um otário e só agora é que percebo isso? De facto, a ideia da dor ter sido provocada pelas flexões não me passou pela cabeça até a Maria me ter dito que poderia ter sido por isso mesmo.
Hoje tinha um jantar em casa de uns amigos mas acho que não devo ir. Vim do supermercado e senti a dor mais comixosa e desconfortável.

Porquê Eu?! WHYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy??!!!!

Encarem isto mais como um desabafo meu. Não se preocupem. Se continuar assim amanhã vou ao hospital. Em princípio deve ser só dores de um mau jeito que dei, tal como as costas. Lembram-se dessa magnífica aventura?

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Descobri há algum tempo esta escola de animação francesa chamada Gobelins. Tive a ver os trabalhos que eles fazem e fiquei literalmente de boca aberta. São trabalhos profissionais feitos por estudantes basicamente.
Vejam esta animação chamada "Après la Pluie":
http://www.gobelins.fr/galerie/animation/film2008-Apreslapluie.htm
A child fishing in a puddle using bananas as bait catches a bigger fish than he can handle and flees with the giant fish in pursuit.

Há um curso de Verão nesta escola em Paris. Deve valer a pena...







terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Apenas Atenas

26/01/09


Sempre fui para a Grécia! Mais precisamente a Atenas! Essa deusa maluca...
Já passaram uns dias desde a minha chegada até essa cidade por isso aviso aqui e agora que me podem escapar promenores maravilhosos e bonitos de mais para serem contados, mas descansem: TEXTO NÃO IRÁ FALTAR.

Eu e o João fomos para casa de uma amiga dele, a Mariana, que nos recebeu muito bem e foi uma bela guia. Nem toalhas e saco de cama tivemos de levar! Heaven on Hearth. Chegámos cansados, eu, João e Maggy (que está em Milão e que é amiga da Mariana também) mas ainda prontos para um convívio. Fomos para uma pre-party no terraço de uns erasmus. Estava tudo muito animado e com vontade de viver! Conhecemos uma francesa que se chamava Manel. Teve bem piada quando a Mariana nos contou que apresentou o seu amigo Manel à sua amiga Manel. Ironias do destino. E ela falava japonês! Não sou o único geek do mundo vêm caros amigos e animais desse mundo selvagem?
*Martim tosse violentamente e deita perdigotos para cima do ecrã*
Estive durante toda a estadia com uma tosse um bocado incontrolável. Comprei rebuçados (ou rubuçados como eu digo,lol) para a tosse que me ajudaram a aliviar mas não a acabar com o suplício. Continuando...
No dia seguinte fomos, à tarde, visitar Atenas. Não é tão feia com dizem, apesar de estar um bocado poluída e os prédios serem todos brancos vistos de cima (estranho). Fomos imediatamente para a Acrópole tirar umas quantas fotografias turísticas bem estudadas. Estavam por lá também umas quantas ruínas com colunas enormes. Acrópole nem ve-la. Hehe. Estava uma ventania desgraçada e “tudo o vento levou”. Hm... Ah, é estranho mas Atenas está cheia de cães enormes! Parecem bem alimentados e felizes pois estão sempre a dormir e não querem nada com a nossa pessoa humana.
Depois de aproveitármos o momento e tirármos as tais fotografias como prova da nossa parvoíce no local fomos almoçar a um restaurante. Dei-me ao luxo de pedir um peixinho com molho de limão e batata. Que saudades que eu tinha de peixe... Muito bom acompanhado com uma salada mediterranica.
Vimos o estádio, a casa onde a Maggy viveu durante um ano, um pequeno jardim zoológico com um ganso que nos queria matar... Também vimos a mudança dos guardas à frente do Parlamento. Eles mudam de hora em hora e deixem-me dizer que os fatos são um bocado ridículos e os seus andares ainda mais. Parecem soldados de chumbo robotizados.
No dia seguinte ao andarmos de metro percebemos que a nossa estação destino estava fechada, tivemos de sair uma antes e quando estávamos a alcançar a superfície uma bomba explodiu! Os cães ladraram e as pessoas olhavam curiosas para a fonte da explosão. Estava a acontecer um riot! Eu estava outra vez a correr perigo de vida, tal como eu gosto.Not. Uns anarquistas rebentaram uma bomba, partiram semáforos, atearam foto a um caixote de lixo, partiram janelas de casas. Isto tudo com bastões e máscaras para protecção de fumo, pois de repente a polícia chegou e lançou gás lacrimogénico, o que nos fez chorar e tossir ainda mais. As pessoas todas andavam com a mão na boca, ou lenços a tapar o nariz e a tossir e a assoarem-se. Pelo que a Mariana me disse os anarquistas revoltaram-se porque prenderam não sei quem em Dezembro. Boring!
Está a ficar uma confusão de fotografias por isso vou por aqui umas quantas:












Partimos dali e encontrámos a Leonor, uma amiga muito simpática da Mariana que também estava a fazer erasmus lá. Fomos comer uma pita e pudemos ver que a renovação das ruas começava a ser feita: limpavam graffitis, apagavam fogos, arrumavam os vidros em caixotes. Depois fomos ver o por do sol ao monte não sei quê (os nomes são difíceis de se lembrar. Já não me lembrava que o alfabeto grego era completamente incompreensível). Subimos o monte a pé e cansou-nos como um grande pardal negro mas no fim valeu a pena. Acho que as fotografias falam por si e elas nem têm boca :).
Não sei porque mas quando estava bom tempo qualquer coisa no ambiente daquela cidade me fez lembrar de Buenos Aires. Saudades muitas...
Nessa noite fomos sair para o Venue. Fomos para lá de taxi (conseguimos ir 5 num!). O taxista mostrou-se muito entusiasmado por sermos portugueses e conversou muito. Fiquei impressionado por ele saber bem inglês. Ao que parece toda a gente fala inglês por aqueles lados! Não é como os italianos que não percebem nada :S
O Venue era uma discoteca de filme. Alugámos uma mesa e sentámos a beber moderadamente bebidas de qualidade. A área em si era estranha: imensas mesas ala “reservado para homens de negócio ricos de um qualquer filme americano” e depois havia uma pequena pista de dança. A música era boa mas no fim ficou um bocado punst punst. Dançarinas também não faltaram e dançavam como se não houvesse amanhã em cima dos seus poisos. Uma boa noite divertida! Ah, esqueci-me de dizer também que gostei de conhecer a Charlotte, o Tobby, Sammi, etc. Muito porreiros todos!
Na viagem de volta entrei na minha área de stress pessoal porque quase que chegámos atrasados ao avião mas depois de corrermos que nem uns estupores e suármos que nem duas meninas da Dinamarca conseguimos chegar a tempo e ainda esperar para entrármos no avião.lol
E pronto, o fim.

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Hoje mostrei uma animação e o stor gostou muito mas faltavam uns quantos desenhos para a animação ficar fluída. Nada de desesperante porque me está apetecer muito trabalhar neste trabalho.

Cheguei à bocado a casa. Fui ao cinema ver o The Dutchess com a Keira Knightley. Gosto muito dos filmes com ela e este também era bom. Aconselho! A donna que vendia os bilhetes tinha feito erasmus em Lisboa e falava optimo português! Teve piada.

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27/01/09

Não sei porquê mas tenho estado muita desajeitado! Parti ontem um frasco de nutella cheio e quando limpava o chão sujei as calças com lixívia. Hoje parti um frasco de xarope cheio ao lado da minha cama. Tudo com vidros!

Deixo aqui a música da banda sonora da nossa viagem a Atenas. Ouçam e sorriam com prazer:

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Work that Thing

Enquanto o João e a Maria vêm o “How I met your mother” no meu quarto aos berros, tento escrever-vos esta carta com alguma dificuldade de concentração. Ponho música: Coco Rosie – uma cantora que conheci pela Rita, que estava sempre a ouvir músicas dela. Mais tarde quando ouvir toda a banda sonora de Milão, vou me lembrar de estar no meu quarto, deitado na cama, com o sol a entrar pela janela e esta música calminha tocada por um piano para crianças, com galos a cantar por detrás. A melhor coisa de sempre.
Ontem mostrei mais trabalho aos professores e eles gostaram! Inventei uma história no momento, pois supostamente tinha de mostrar mais um storyboard. Esta é a história:
Um homem entra em casa e de repente percebe que ela está completamente vazia. Assustado percorre a casa toda e nota que não há uma divisão com mobília. Grita e desespera, mas de repente ouve a campainha da porta. Dirige-se para lá e quando abre ve um olho gigantesco. Grita e tenta fugir, mas uma grande mão agarra-o e tira-o da casa. Percebemos que aquela mão é de uma menina que apenas está a arrumar os seus brinquedos. Arruma o boneco/homem na caixa. Fim.
O stor gostou!

Já estou melhor da constipação é verdade!

Hoje aproveitei para trabalhar e fiz a minha primeira animação! É uma animação básica: um pirata transforma-se num cão. Tive a tarde toda só para fazer 15 desenhos, mais coisa menos coisa. E 15 desenhos são mais ou menos um segundo de animação! Lol. O certo é ser: 1segundo = 24 desenhos, para que a animação seja bem fluída, mas como devem calcular eu não sou o super homem.

Outra coisa, se alguém souber de alguém que venha a milão em fevereiro diga-me alguma coisa. Tenho imensa tralha pa levar para Lisboa e não posso passar dos 20 Kgs. Help

domingo, 18 de janeiro de 2009

Mamma Mia!

Mãe, se pensava que eu não iria escrever sobre esta tão bem aventurada data, estava bem enganada. Só quero mandar os meus Parabéns e as minhas esperanças de que tudo esteja a correr da melhor forma por aí. Parabéns!!
Gostava muito de aí estar para lhe dar um grande beijinho e depois irmos todos jantar fora a um qualquer óptimo restaurante. Bem melhor do que falar por telemóvel ou por mensagens, o que às vezes é melhor que nada ;)
Por um lado ainda bem que não vieram cá visitar(-me). Milão não é lindo de mais e dois meses passam a correr, por isso terão o vosso filho mais fixe enquanto o diabo coça o cotovelo (o que é rápido acredite). As melhores saudades são as que se fazem por crescer e assim é ainda melhor matá-las no tempo certo, quando eu voltar definitivamente.
Deixo assim aqui o meu beijo virtual à mãe mais bonita e divertida da festa!
Obrigado por tudo mother! Parabéns mais uma vez!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Diário de um Doente Pseudo Profundo

15/01/09

A vida entre paredes pode se tornar difícil e cansativa, mas tem sempre os seus benefícios culturais pois podemos consumir um elevado número de filmes e livros. O ano não começou da melhor forma: estive sozinho em casa sem ver quase ninguém e estou a acabar de sair das garras malignas da doença, mas por outro lado pude ver tantos filmes e ler tantos livros que já nem sei o meu nome.
Hoje ao fechar a janela do meu quarto e ao ver a rua à noite, pude experenciar uma sensação estranha, como se o mundo exterior fosse outra vez uma verdadeira novidade para mim. O hábito de andar por aquelas ruas foi quebrado com a doença e ao ve-las outra vez fez-me perceber o tempo que estou aqui metido. Great, I’m a loser. O que vale é que há mais dois doentes em recuperação a acompanhar-me. Menos mal. O que não vale é que temos amigos em casa e eles têm de assistir à tal recuperação sem poderem protestar. Menos um ponto positivo.

Coisas banais:
A máquina de lavar já foi arranjada e não somos nós que temos de pagar. Viva la vita!
A Inês, amiga da Maria, tratou de nos cozinhar um optimo jantar. Somos mimados por todos.
Há vida em Marte e eu não quero saber disso para nada.


16/01/09

Levantei-me, deitei-me, voltei-me a levantar. Tinha de ir às aulas. Tomei banho e o pequeno almoço, vesti-me e lavei os dentes. Fui para a paragem de autocarro. Nunca mais vinha. Dores de cabeça. Frio. Voltei para casa.
Sinto-me um bocado mal por não ir hoje à aula, pois para a semana vou ter que faltar a esta mesma disciplina, pois vou para a Grécia. Vou mandar um e-mail ao professor a explicar a situação e dizer-lhe que tenho estado muito doente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sick & Tired


Para além de estar doente tenho a maior afta da minha vida. Uma honra!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Feliz pamonhaniversário!

Querida pamonha mágica,

PARABÉNS! Tinha que dar um espaço de antena para te felicitar neste dia e dizer que nem sabes a pena que tenho de não estar aí contigo hoje. Catarina cabeça de melão, presunto ambulante, rouxinol dourado que canta num qualquer monte na Mongólia. Há já uns bons seis anos que percorremos esta estrada juntos e deixa-me que te diga que o passeio tem sido bem agradável e ao mesmo tempo emocionante. Uma grande aventura neste planeta azul. Sinto falta da minha segunda casa (acho que posso dizer isto sem dúvidas) e de lá estar esparramado no sofá ou a desenhar avidamente, fazendo caricaturas bem bonitas dos nossos amigos. “Os meus amigos são feios”.
Ontem fartei-me de te tentar telefonar à meia noite já agora. Tentei do telemóvel da Joana, pois ela tem dinheiro e eu não. Queria muito dar-te os parabéns voz a voz, mas como isso agora não é possível (só se te apanhar no computador.. mas isso seria menos giro), escrevo-te aqui neste espaço virtual blogático.
Com muitas saudades de toda a tua pessoa,
Um beijo do teu amigo.

I get a fever that's so hard to bear. You give me FEVER

13/01/09
Terceira tentativa para escrever qualquer coisa de jeito para o blog.
Estou neste momento deitado na minha cama em cima dos caóticos lençóis... Acordei com dores nos olhos, pescoço e arrepios no corpo todo. Pés frios. “Febre” pensei. Para além disso sonhei a noite toda que vivia numa grande mansão que se deslocava por um deserto escaldante. Acordei mais suado que um porco.
Façamos o percurso da doença cá em casa: A Maria ficou constipada e passou para o João que ficou com febre; depois ela melhorou e ele piorou; ele passou a febre para a Maria e esta por último, passou-a para mim. Isto por ter estado sentado ao lado dela (ou de ter partilhado um copo de água...).
Eu sei que devia, mas não tomei banho hoje e deixei-me estar de pijama. Estou confortável com as minhas meias de neve e a minha fiel camisola comprada na h&m. Mas não sou o único, resolvemos, os 3 doentes, por uma qualquer iniciativa silenciosa, não tomar banho hoje e deixarmo-nos molengar nas camas a ver filmes e a ouvir música. Parece que está a resultar pois estou a melhorar.
A Joana e a Rita, que estão a fazer erasmus na bulgária, vieram cá passar uns dias. Foram hoje para um lago qualquer. Fizeram ontem um optimo jantar: massa com queijo e carne, e conseguimos sentarmo-nos todos à mesa, um cenário digno de uma boa família tradicional. Também está cá a Inês, amiga da Maria, por isso podemos dizer que a casa está cheia.
Aulas, vão bem. Ontem foi o meu primeiro dia e mostrei alguns trabalhos aos professores. Consegui me livrar de algumas preocupações escolares e agora estou mais leve de cabeça. Hoje não pude ir a uma aula como é obvio, mas também não é grave, recupero para a semana.
Acabei à bocado de ver o “Into the Wild”. Nunca tinha visto, mas já tinha ouvido falar muito bem do filme. Gostei muito e fez-me pensar que desperdiçamos o nosso tempo em tantas coisas inúteis... Arranjar um lugar no mundo e fazer a nossa história. Muito comovente emocionante. Aconselho.
A minha viagem para a Grécia está para acontecer. Espero estar melhor por essa altura.

14/01/09
Acordei agora e tinha à minha espera duas garrafas grandes de chá preto para me purificar dos demónios e um saco de pão. Realmente tenho de dizer isto para toda a gente ouvir: A Joana e a Rita são impecáveis! Oferecem presentes e tomam muito bem conta de nós. Ainda ontem, estava eu deitado na minha cama, elas chegaram com sumo de laranja e coca cola, um verdadeiro luxo asiático. Obrigado, obrigado.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma tarde no Cemitério

Ontem decidimos ir ao cemitério de Milão. Pode parecer macabro mas tinhamos uma necessidade de realizar rituais (de qualquer espécie). Fizemos um circulo de velas e dançámos a noite inteira, marcando as pegadas na neve. História real: fomos ao cemitério porque nos disseram que valia a pena a visita e realmente valeu. Basicamente tudo é enorme lá: as campas, as árvores, o espaço, os “palacetes”, a morte. Estava tudo coberto de neve o que dava uma certa aura pacífica ao espaço. Branco sobre preto, how bloody beautiful.

Depois de falarmos sobre a morte em geral e sobre o significado da vida fomos para casa e à noite saímos para o Rolling Stones. Antes da discoteca fomos para uma residência de uns novos amigos. A nossa amiga romena ficou amuada conosco porque nunca mais íamos para a disco e foi para casa jurando que nunca mais seria nossa amiga. Ridiculo e infantil, mas é a vida!

Amanhã começo as aulas...tenho de voltar a por a cabeça no papel e computador e voltar a tornar o trabalho num hábito diário.

Mudámos a disposição da sala. Parece maior!
A máquina de lavar não funciona (><)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Padrinho da Neve

Eu devia postar fotografias da quantidade de neve que está na rua mas estou com preguiça de passá-las para o computador. Terão que acreditar em mim quando digo que está tudo branco como a vossa cara no Inverno. Fui ao supermercado hoje (esta foi a minha aventura de hoje. Emocionante) e tive de andar como se tivesse algum problema, pois a maldita da neve pregava-me rasteiras de uma maneira estupidamente eficaz, ou seja, escorregava de vez em quando. Resisti à tentação de alguém que quase não ve neve, de fazer uma bola e atirá-la à mais doce velhinha do bairro. Queria fazer isso, mas não cedi aos meus impulsos irracionais. Hm.. falando a verdade, ontem às 2h da manhã fui à varanda e tentei fazer um boneco de neve. É claro que desisti porque: 1- parecia um louco, 2- é mais difícil do que parece! Queria fazer um em tamanho real para assustar a vizinhança mas não deu em nada. Zero, nickles, niente, putrefacto.

Acabei de ver “O Padrinho”. É bom.. um bocado grande. Não estava à espera que acabasse assim (falo para quem já viu). Acho que terei que ver “O Padrinho II” amanhã para saber o resto da história. Tem piada...ontem vi o “American Gangster”! Estes dias tem sido muito mafiosos comigo estou a ver.

Amanhã de manhã chegará a malta cá de casa. Pareço um puto com saudades dos seus pais. Mas é assim a vida, quando nos habituamos a uma coisa não queremos mais nada.. Fica o meu ditado de mafioso. Já agora, tratem-me por Padrinho, ok?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

P.S. - I love you Abóbora

Mas verdade seja dita, as melhores ideias acontecem sempre de noite. Pelo menos no meu caso. Quando me deito, fico a pensar numa série de coisas que tenho de fazer na vida. É uma espécie de elaboração de planos mentais para que o meu futuro corresponda às minhas expectativas. É claro que demoro sempre 2 ou mais horas a adormecer. Dentro da minha cabeça realiza-se uma festival de ideias que dura a noite toda. Quando acordo essas ideias parecem-me ridículas e um pouco absurdas. Vejam por exemplo esta ideia para um conto:

Era uma vez, numa terra distante, rodeada de montanhas adormecidas, um Rei que adorava abóboras. Desde pequeno que não só tirava prazer em come-las, como também de observar o seu crescimento. Era um Rei estranho dizia a população, resignada com o facto de terem de comer abóbora a todas as refeições. Assim era: se o Rei gostava, o povo também tinha de gostar. E por muitos anos assim se viveu naquelas terras aboborianas.
Uma noite, quando o Rei estava deitado na cama relendo pela 72ª vez a história da Cinderela e da sua carruagem abóbora (o que lhe deu algumas ideias), uma forte e brilhante luz apareceu reflectida no grande espelho de corpo inteiro que estava apoiado na parede. Quando o Rei se habituou à luz pode reconhecer os contornos e formas da mulher mais bonita que alguma vez ele já vira.
- Quem sois? Um anjo?
- Não. Sou Melinda, a fada Abóbora – disse a fada delicamente.
De facto, a tal mulher, não so tinha umas pequenas asas como um grande chapéu de abóbora que lhe ficava ridiculamente mal.
- UAU! Não fazia ideia que existiam fadas das abóboras!
- Parece que existem – disse a fada estoicamente.
- Então e o que a traz por estas bandas? – disse o Rei deitando-se de barriga para baixo e apoiando a cara com as mãos.
- Vim parar o vil enjoo que tens provocado ao teu povo. Eles estão cada vez mais fartos de abóboras e algum dia ficarão tão fartos que as detestaram para sempre – disse a fada realçando esta ultima parte.
- Ora..ora ora ora. Que disparate aboboriático! Isso nunca vai acontecer. Mas diga-me. Qual era mesmo o seu nome bela donzela?
- Melinda. Sou uma fada -
- Melissa hã? Ok... Isto é uma partida do Bob, o cozinheiro real certo? Ah, Bob, sempre com estas piadas!
- Melinda! O quê? Não é uma partida nenhuma. Sou a fada Abóbora! Não ve pelas minhas asas mágicas e o meu brilho resplandecente?
- Hum hum.. efeitos especiais das novas tecnologias? Realmente está de facto muito bem feito! Mas diga-me fada Melissa.
- Melinda. O MEU NOME É MELINDA!
- É um nome um pouco ridículo digo-lhe já.
- FOI O NOME QUE A MINHA MÃE ME DEU! – disse a fada agora enrraivecida.
- E o seu pai?
- O meu pai?
- Sim, existem fados não?
- Não existem fados nenhuns. Só fadas.
- Então como se reproduzem?
- O quê?! Eu, bem.. Estala-se os dedos e aparece uma fada. Vê – e assim a fada estalou os dedos e de facto apareceu uma fada muito pequena.
- Impressionante – disse o rei sinceramente espantado – E como a vai chamar? OLHE A SUA FILHA A VOAR PELA JANELA!
- Ela é livre de ir para onde quer. As fadas são assim.
- Certo...Posso tentar?
- Não funciona com humanos. Bem mas eu vim até aqui para..O que estás a fazer?
O Rei estalava os dedos compulsivamente.
- Podes parar de estalar os dedos?? Estou a tentar falar! – disse a fada corada de raiva.
- GRRAUUUURR – rugiu ela. E com um Plim desapareceu de vista.
Mas o que a fada não sabia, era que a sua missão tinha sido cumprida. O Rei estava de tal maneira obcecado com o estalar dos seus dedos que perdeu o interesse pelas abóboras e assim o Reino pode ficar livre de comer aboboras para o resto da vida. FIM.


Hã? Demasiado cool não foi? Mas para que fique escrito eu não adormeço a pensar em contos infantis sem moral nenhuma.. este foi um que me surgiu na cabeça, heh.



Hoje tomei um banho de banheira. Já há, literalmente, anos que não tomava. Foi bom mas no fim estava de tal maneira relaxado que comecei a ficar com sono. Saí da banheira com o corpo entorpecido.
Outra coisa muito interessante. Estou a ver uma média de 3 filmes por dia. Tenho visto de tudo, desde os clássicos até aos mais comerciais. Acho que vou acabar de ver o meu carregamento de filmes só esta semana. Mas é compreensível! Não está cá ninguém em casa, ainda não comecei as aulas e está a nevar como se não houvesse o depois de amanhã. Que querem que eu faça? Vá para a rua apanhar ar e combinar coisas com amigos? Pois, parece-me bem que não. Não, de vez em quando lá saio para apanhar ar e ginasticar as pernas.
Este é capaz de ser um dos posts mais estranhos (e mais longo Martim..) que já escrevi mas dêm-me um desconto de 5 euros: eu estou mergulhado de filmes até aos olhos e não tenho ninguém com quem falar. De qualquer maneira eles chegam de Roma depois de amanhã por isso o martírio está quase a acabar.
Uma abóbora para todos. Hurray!

domingo, 4 de janeiro de 2009

No Net, No Posts

2/01/09

Adivinhem. Estou a ficar doente.
A Maria começou a ficar ontem e conseguiu-me pegar. Pelos vistos a casa consegue ser tão pequena ao ponto de passarmos micróbios uns aos outros pelo simples facto de vivermos juntos. Mais, não trouxe os remédios que a mãe tanto me aconselhou porque “eu só fico doente em novembro”. Adivinhem. Estou a ficar doente em Janeiro. Enfim, nada de preocupante, já tomei um comprimido qualquer encarnado e já me agasalhei como se estivesse no Polo Norte e não tenho saido muito de casa. Só para ir ao supermercado abastecer a minha prateleira.
E assim começa mais um ano. Em Milão, adoentado, com trabalhos para fazer, sozinho em casa. Não podia ser mais diferente dos anos passados. Mas mesmo assim, não me importo nada. Foi tudo para Roma e assim, tenho Milão só para mim. Uma casa aquecida, pequena, abastecida, deserta.
Sendo eu uma pessoa que não se importa de ficar em casa sozinho, estou nas minhas sete quintas. Quintas cheias de animais barulhentos e esfomeados de feno, com relva a dar com pau, e um celeiro gigantesco. Acabei de ver agora o “Juno”. Já tinha visto no avião a caminho da Argentina, sem som, e agora, que disfrutei da experiência completa, com som incluído, I have to say it’s a freaking good movie. Adorei o estilo da personagem principal e o seu sentido de humor apurado e irónico. Talvez seja por isso que me apeteceu escrever qualquer coisa. É verdade.. o mundo é um lugar estranho.
Quanto a aulas, só começo dia 6, ou 7 não me lembro bem, tenho de confirmar. Tenho ainda uns trabalhos de animação para fazer... coisa difícil sem a chamada Peg Bar. Uma barrinha que permite fixar as folhas de maneira a desenhar no sítio certo para uma animação fluída. Vou amanhã falar com a faculdade e perguntar se têm uma dessas barras mágicas. Se não, too bad. Terei de me desenrrascar.
Em princípio vou à Grécia com o João para casa de uma amiga dele! Será a minha primeira viagem para fora do país das pizzas por isso estou entusiasmado. O pior é que já me disseram que Atenas é feioso e que agora há uma onda de violência por aqueles lados. Nada que eu não aguente.
I’m off to cook some sh*t.
‘Té já.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

15663 - 13656 + 2 = 2009

Desta vez fui escoltado pela minha família até ao aeroporto de Lisboa. Com um “até já” as despedidas foram rápidas e sem muitos dramas. Afinal, dois meses passam mais rápido que um piscar de olhos. Eu que o diga. Os primeiros dois meses em Milão parecem-me mais dois dias. Passou tudo muito rápido mas mesmo assim parece-me que vivi um ano em Milão. Talvez por ter conhecido coisas que nunca tinha conhecido. Apanhei o avião com o João, Maria e Rita sem dramas nem stresses e a viagem foi rápida. O frio em Milão ainda reinava por aquelas terras e pudemos ver uma paisagem quase toda branca de neve. Estava a nevar e uma temperatura muito baixa. A Maria começou a ficar louca com as horas porque não queria passar o ano dentro de um autocarro a caminho do centro. Mas eu descansei-a e disse-lhe que chegaríamos a horas ou não me chamava eu Arnaldo Domingues. Chegámos a casa a boas horas, pousámos as malas, vestimos uma roupa mais quente (menos o João que levou os seus ténis e congelou o pé) e fomos para o Castelo onde os milaneses se reuniam para festejar. Saímos do metro na piazza Duomo e o caos começou. A praça parecia um campo de batalha e agora era mesmo verdade: eu corria perigo de vida! Yes. Em Itália pelos vistos, não é proibido de se deitar bombas de carnaval nas ruas e estas explodiam em todo o lado com um estrondo que quase deixou os nossos ouvidos em sangue. A Rita quase entrou em pânico e depois de ver o fogo de artifício foi para casa. As condições não eram boas é verdade: o frio que congelava os nossos ossos, o medo de uma bomba rebentar nos nossos pés e a fome que apertava os nossos estomagos e dizia:”Mestre, preciso de alimento”. Mesmo assim ainda passeámos um bocado, sempre a correr de um lado para o outro para não sermos atingidos por bombas que vinham dos céus (sim, as pessoas atiravam bombas ao calhas pelo ar), comemos um panini muito bom e vimos um bonzinho fogo de artifício. Tive pena que ninguém tenha contado os segundos para a passagem de ano! Não se ouviu nada e toda gente limitou-se a continuar a rebentar bombas e a festejar. De qualquer maneira, comemos as passas um bocado ao calhas, que a maria tinha trazido generosamente de Lisboa.


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Já marquei a viagem de volta para Lisboa. Chego dia 27 de Fevereiro!