domingo, 5 de outubro de 2008
Verona city
04/10/08
Cheguei à bocado a casa e foi bom ve-la vazia, para variar. Pude arrumar minimamente as minhas coisas, por os sapatos a arejar (sim, era mesmo urgente) e fazer um jantarinho para mim (salsichas, ovos e cogumelos tudo regado com polpa de tomate, mostarda, sal e um bocadinho de leite). Estava muito bom como prato principal. O pior é que quando passei à sobremesa descobri um monte de fruta e legumes com bolor. "Os produtos que comprei no mercado!!" - berrei eu depois de abrir a janela para que toda a vizinhança paquistanesa e chinesa ouvisse. Alguém lá ao longe (desconfio que no Além) mandou-me calar e atirou um sapato, tal como se faz a um gato cantor amante fatal do luar cheio. Mas isto tudo aconteceu (mais ou menos) depois da minha viagem a Verona.
"Uma bela terra...mas pequena de mais para os meus gostos requintados" - opinou o nobre Falacaro.
De facto, Verona é uma cidade bem mais pequena que Milão. Mas ainda assim, muito simpática e pessoal, um pouco como Bolonha (mas sem toda a tijoleira que teima em aparecer. Para os amantes de tijolos, Bolonha é o local ideal para os apreciar).
A minha partida para Verona foi atribulada. Combinei com amigos (que vivem noutra casa que não a minha) o encontro na estação de Lambrate. O meu stress aumentou quando reparei que a Maria ainda estava a tomar banho, o João não tinha lavado os dentes, e a Rita estava a fazer não sei o quê. Tinhamos de nos despachar. Comecei a tentar empurrá-los para fora de casa. O autocarro nunca mais vinha. Chegou. A viagem foi feita em silêncio porque eu estava muito concentrado em ver o tempo passar pela janela do autocarro. Chegámos à estação central. Corri que nem um maníaco para o metro e eles bem me tentaram acompanhar mas não conseguiram. Apanhei eu o metro e eles ficaram para trás. Cheguei à estação. 1 minuto para o comboio partir. Lá avistei os meus amigos e consegui entrar no comboio. Felizmente já tinham comprado um bilhete para mim. Ah! A Maria, Rita e João? Viram o comboio partir e apanharam o seguinte. Muahaha. er
A viagem foi rápida. Verona é a uma distância de 2h de Milão, mais a sul. O dia estava optimo e o sol disse-nos para aproveitarmos ao máximo pois amanhã tinha combinado um encontro com a chuva (este sol era daqueles com um sorriso e uns olhos em curva ^_^). Aborremiento!
Da estação ao centro eram uns valentes 20 minutos e por isso, depois de a Carlota muito teimar, tomámos um caminho qualquer e partimos. A arena é enorme, acho que umas das maiores de qualquer coisa, e muito antiga (gostava de ter aqui o guia para dar informações mais construtivas a nível cultural). O Francisco foi apanhado de surpresa por um senhor de séculos passados e resolveu tirar uma fotografia. Quando nos preparávamos para ir embora o senhor estende a sua bengala para que oferecessemos uma gentil quantia. Grande bolota que este me saiu.
Comemos pizzas optimas que sabiam um bocado a iogurte e depois, gelados, talvez menos bons que em Milão, mas mesmo assim, excelentes. Desta vez pedi Papaya e Morango, que vinha cheio de mosquitos lá dentro. Aqueles da fruta. Tratei de comer tudo com agrado. "Pois o que não mata, engorda" - de acordo com a Mariana.
Vimos igrejas e mais igrejas e outros monumentos. O problema é que Verano é a cidade não-grátis. Tudo tinha de ser pago! Maldita Cidade Pagã! er. Consegui ver a varanda da Julieta, debaixo da qual, Romeu declarou o seu amor à tal moça. Achei mais engraçada a entrada para a casa, que tinha, colados nas suas paredes, vários post-its com recados de amor (acho que era isso, nem me dei ao trabalho de ler). Vejam por vocês.
(mais uma vez tenho gente a falar à minha volta o que torna difícil a comunicação por escrito, por isso mostro algumas fotografias para ficarem com uma ideia do que vi e pelo que passei)
Quando já se começava a fazer tarde e o sol dava a sua cambalhota para trás do monte, resolvemos que estava na hora de nos irmos embora. A meio do caminho dividimo-nos em dois: um grupo que ainda queria ver a Tumba da Julieta e o outro que se queria ir embora. Juntei-me ao primeiro com a Marta, Francisco e Mariana. A tumba não era mais que um pequeno nada, ou seja, não vimos tumba nenhuma, ou melhor, nunca chegámos a perceber onde e o que era a tumba. Que raio. De qualquer maneira, ficámos contentes por termos conseguido ver tudo o que havia para ver de interessante em Verona num só dia!
A viagem de volta para Milão (tenho imensa tendência para dizer e pensar em Lisboa quando falo em voltar para algum sítio. That's my home), fez-se ainda mais rápida e quase não a senti, pois fui quase todo o tempo a dormir. Não tenho hábito nenhum adormecer em viagem, mas como todos à minha volta adormeceram resolvi seguir o exemplo e dormi que nem uma pedra da calçada.
À noite, já em Milão, fui a uma festa de Erasmus na discoteca Stazio T-35. Fui meio sonolento para lá e quando chegámos percebemos que já passava da Happy Hour, ou seja, tinhamos de pagar 10 euros cada um. Falei com o porteiro e disse-lhe que esta era a nossa primeira noite de Erasmus e que não podíamos pagar tanto dinheiro por nada. Muito porreiros até nos perguntaram onde íamos a seguir. "Casa"- dissemos nós. "No Kansas" - disse uma mosca que passou. Nada feito. MAS quando nos afastámos com a cabeça baixa, o porteiro veio a correr chamar-nos e deixou-nos entrar de graça. Parece que estavam a precisar de pessoas giras. hehe er.
A noite revelou-se um belo caixote de lixo sobre o qual as moscas pairam extasiadas. That's right. Pessoas feias, bebidas caras e pouco espírito da minha parte (o fantasma da dança não apareceu para me assombrar). Vamos, disse eu, estava farto de ali estar onde só se viam monstros a fazerem figuras tristes. Não estou a ser mau. É a verdade.
Saímos discretamente da discoteca e procurámos um taxi. Então não é que Milão é a cidade não-taxis?? Andámos 30m sem ver um taxi disponível e a todos os que perguntávamos se sabiam de uma praça onde pudessemos apanhar um, nem respondiam, acelerando com flautulência.
No fim, consegui chegar a casa pão e calvo. Pensei que ia congelar de frio na rua mas consegui. Missão cumprida. O objectivo foi alcançado. Passei a meta! Vitória. Sou o vencedor,
Quero agradecer aos meus pais e irmãos todo o apoio que me deram. A eles dedico este óscar.
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