domingo, 5 de outubro de 2008

O Clubinho

O mais sozinho na festa


03/10/08
As searas delizavam suavemente pelo seu corpo, mas a uma velocidade tal que não se faziam sentir. A pequena cabeça da lebre manteve-se firme olhando em frente para o seu caminho. Ela sabia de antemão que pedras e que arbustros se meteriam no seu caminho e por isso, corria pelo gosto de correr, sem limites. A pequena cabeça da lebre não guardava um cérebro dotado da inteligência humana, mas um que se seguia pelo instinto e por uma particularidade interessante na fisionomia da lebre: um terceiro olho no meio da testa. Não era do tamanho dos olhos normais das lebres, mas um mais pequeno e de um castanho muito escuro, quase preto. A pequena cabeça da lebre funcionava como um sistema onde milhares de ligações acontecem no seu interior.
"O futuro" - pensou um dia a pequena cabeça da lebre - "é uma grande pedra envolta em musgo atirada a um lago escuro. Mas eu sei exactamente onde ela cairá".
O mundo já não era o mesmo. Os humanos tinham desaparecido e tal como a pequena cabeça da lebre prevera, a árvore cresceu. Quando o último humano desapareceu, o terceiro olho da pequena cabeça da lebre caiu. O pó varreu a Terra, os ventos mudaram e as correntes alteraram o seu curso. O tempo parou. O olho rasgou-se como uma semente e floresceu, transformando-se dia após dia, crescendo até os seus ramos tocarem no céu. "A Árvore da Vida. O futuro já não é meu, mas dela" - disse uma vez a pequena cabeça da lebre.
As ruínas das cidades desmorenavam-se e os pequenos mamíferos desenvolviam-se mais rapidamente. 1 2 3. As pesadas roldanas dos relógios voltaram a funcionar mas ao contrário de outrora, cada relógio marcava as suas horas, diluindo o tempo e esmagando num só, Passado, Presente e Futuro. 2 3 1. Estranhamente, o som da maquinaria pesada não se fazia ouvir. Só o som das searas a deslizarem no corpo da pequena cabeça da lebre.

Ontem fui pela primeira vez sair à noite em Milão! Mas antes disso, fui jantar a casa da Carlota Cabral, que me convidou. Apanhei o metro com o João e Maria para o Loreto, mas eles foram para outro lado qualquer ver o jogo do Benfica e estar com outros amigos. Quando saí do metro fiz questão de perguntar a toda gente onde era a Via tal tal. Cheguei. Só a entrada do prédio era motivo para dizer "Holy Macarony" e o apartamento podia ser o lar de um pequeno gigante bebé. Conheci os seus moradores, muito porreiros todos, e comi um belo esparguete à bolonhesa (era isso não era?). Também encontrei o meu amigo Francisco Cabral que foi lá visitar a sua irmã e fazer
um mini erasmus por Itália. Depois do jantar, fomos para uma festa de Erasmus em casa de um turco. A casa era muito pequena e podia ser o lar de uma pessoa normal apenas. Ou talvez duas pessoas normais. Conhecemos uma enorme quantidade de portugueses mas também fiz conversa com outras pessoas de diferentes nacionalidades. É engraçado como as conversas giram sempre em torno das linguas faladas. *acabou de entrar um pardal pela janela do quarto. Quando viu que não era a sua casa tratou de voltar a sair pela janela*. Pedimos sempre que nos ensinem alguma coisa de uma outra lingua que não falamos e depois rimos com a dificuldade em pronunciar as palavras. Aprendi a dizer "como estás?/tudo bem?" em holandês. Ou melhor, não aprendi nada pois não me lembro. Lembro-me é que não era assim muito bonito de se dizer. lol
After the party we went to a disco called "The Club", wich was quite nice but the music wasn't exactly my style. One particular thing I liked was that there was a singer on the stage and she would like freestyle with the live drums. I had the secret dream she would call me to the stage and I would rap the night away. But that didn't happen. When my party spirit started to decline I managed to go out and waited for Carlota. Since I didn't want to go home because the taxis are ridiculously expensive I went to sleep on a sofa in Carlota's house. I slept well and woke up around 7.30 am and made my way home. I was feeling sleepy and a bit sick, and I bet my face was green from all the bumps of the bus.

A árvore começou a dar frutos e os seus ramos entrelaçaram-se nas ruínas. As raízes cobriam a Terra e a folhagem revestia o mundo num manto verde. "Uma nova Idade".

2 comentários:

Bruninha disse...

Errata: "My spirit started do declinE". Tsc tsc tsc... Ai se a tia vê isto...

Martim disse...

Já não tens provas nenhumas. Corrigido!